Castro deve se responsabilizar ou jogar a toalha

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deve “assumir as suas responsabilidades” ou “jogar a toalha” e pedir a implementação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado.

“Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal. Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime”, afirmou Lewandowski em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.

Mais cedo, Castro acusou o governo Lula (PT) de deixar o Rio de Janeiro “sozinho nessa guerra”. O governador disse que, em outra ocasião, a Marinha teria negado apoio com blindados, apontando que era necessário uma GLO para atender ao pedido.

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Em uma entrevista coletiva, o ministro afirmou que o governo do Rio não solicitou apoio para realizar a megaoperação desta terça. “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública. Nem ontem, nem hoje. Absolutamente nada”, disse Lewandowski a jornalistas.

O ministro destacou que um dos requisitos para a instituição da GLO é que os governadores reconheçam a “falência” dos órgãos de segurança estaduais e transfiram a responsabilidade para o governo federal. Com isso, as Forças Armadas podem atuar nos estados.

Lewandowski reforçou que “nenhum pedido do governador Cláudio Castro foi negado”. Ele ressaltou que “o governo federal tem atuado intensamente” para viabilizar a cooperação entre as forças de segurança federais e estaduais com a PEC da Segurança Pública. Questionado se considerava a operação no Rio um sucesso ou uma falha, o ministro mandou uma indireta para Castro.

“O combate à criminalidade, seja ela comum ou organizada, se faz com planejamento, inteligência, coordenação das forças. Não posso julgar [se a operação foi boa ou ruim] porque não estou sentado na cadeira do governador”, alfinetou.

Até o momento, a ação das polícias Militar e Civil na Zona Norte do Rio é a mais letal da história da capital fluminense, com 81 presos e mais de 60 mortos, entre eles 4 policiais. O ministro lamentou as mortes dos agentes de segurança e de pessoas inocentes atingidas durante o confronto.

Castro cobra governo Lula, mas baixa tom de críticas após conversa com Gleisi

O governador voltou a cobrar mais atuação do governo Lula (PT) contra o crime organizado durante uma entrevista à CNN Brasil nesta tarde, mas diminuiu o tom das críticas após conversar com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

“Não tenho a menor dúvida que ainda falta ao governo central entender a questão da segurança pública como a grande prioridade. Eles não têm essa visão. Acho esse foco excessivo em PEC [da Segurança Pública], sendo que já tem o Susp, que está aí para ser implantado”, afirmou.

Castro disse esperar que o governo federal não entenda os apontamentos como “transferência de responsabilidade, mas como um clamor para melhorar a segurança pública” com integração. Ele evitou dizer se pediu ajuda de forma oficial ao governo federal para a operação realizada nesta manhã, apontando que em outras ocasiões o Executivo teria negado as solicitações do estado.

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