“Meu irmão pode morrer na prisão”

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O programa Café com a Gazeta do Povo recebeu nesta sexta-feira (16) o arquiteto Rafael Nunes, irmão de Cleiton Nunes, preso pelos atos de 8 de janeiro. Cleiton está detido há quase dois anos e meio. Mesmo com psoríase grave e laudos médicos indicando a necessidade de tratamento fora da penitenciária, a família segue tentando reverter a prisão para o regime domiciliar.

Rafael Nunes, irmão mais novo de Cleiton, falou sobre a difícil situação da família. “Meu irmão é um cara íntegro que nunca teve um tipo de problema com a Justiça em 41 anos de idade”. Antes da prisão, Cleiton trabalhava como cabeleireiro. Ele é pai de duas filhas pequenas.

Cleiton foi condenado a 16 anos e 8 meses de prisão por ter participado dos atos do 8 de janeiro. Rafael contesta as acusações e acredita que crimes cometidos por alguns foram atribuídos a todos. “Meu irmão não vandalizou nada, não quebrou nada, nunca teve uma arma”.

A maior preocupação da família é a saúde de Cleiton. Ele sofre de psoríase grave, comprovada por laudos médicos. Rafael relata que as feridas ficam abertas, aumentando o risco de infecções. “Há um risco de vir a óbito se ele continuar na prisão no estado atual”, alerta.

A família, natural de Mauá (SP) e atualmente em Brasília, busca a conversão da pena para prisão domiciliar, para que Cleiton possa cuidar da saúde. O pedido foi apresentado à Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) solicitou ao presídio uma resposta sobre a capacidade de atender Cleiton. Ele foi avaliado pelo Instituto Médico Legal (IML), que concluiu ser possível tratá-lo dentro da penitenciária, sem necessidade de prisão domiciliar.

Rafael critica o laudo do IML. “O estado de saúde do irmão é muito grave”. Segundo ele, a análise foi feita em poucas horas por um médico sem especialização, que mesmo assim considerou Cleiton “apto a cumprir a prisão e cuidar da psoríase grave dele dentro do presídio”. Rafael também aponta o risco de outras doenças na cela, o que agrava a situação do irmão, já com imunidade comprometida.

Questionado sobre a possibilidade de avanço no projeto para anistiar os envolvidos no 8 de janeiro, Rafael se mostrou pessimista: “acredito que por agora não venha acontecer”. No entanto, defende que o Congresso “deveria olhar para os presos do 8 e janeiro com carinho maior e correr com a anistia”.

O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h30, ao vivo de Curitiba, com apresentação de Guilherme Oliveira, e de São Paulo, com Lucas Saba.

Assista o Café com a Gazeta do Povo desta sexta-feira (16) na íntegra.

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