Sóstenes pede desculpas a Motta por dizer que negociou projetos na Câmara

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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediu desculpas ao presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta (7) por ter dito na véspera que o encerramento da mobilização de parlamentares da oposição se deu após um acordo para a análise de projetos de lei de interesse do grupo.

O pedido de desculpas foi feito durante a sessão plenária desta tarde e horas depois de Motta negar que tenha feito algum acordo para analisar pedidos prioritários da oposição, como a lei da anistia e o fim do foro privilegiado.

“Ontem, com o acirrar dos ânimos, eu, com Vossa Excelência, não fui correto, e te peço perdão da tribuna da Câmara. Não fui correto no privado, mas faço questão de pedir perdão em público. […] Nós não estávamos emocionalmente estruturados para aquilo”, disse o deputado na tribuna da Câmara estendendo as desculpas aos demais parlamentares “se, em algum momento, eu fui indelicado com alguns dos senhores e das senhoras”.

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Sóstenes emendou afirmando que “o presidente Hugo Motta não foi chantageado por nós” e que “ele não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco”.

“Há um compromisso dos líderes dos partidos que eu anunciei. E nós, líderes dos partidos, que compomos a maioria desta casa, vamos pautar, sim, o fim do foro privilegiado e a anistia. Os líderes partidários. Não é o presidente Hugo Mota. Não existe chantagem nesta casa. Não é comportamento da direita a chantagear ninguém”, seguiu.

Ele ainda pontuou uma crítica à suposta invasão de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) no Congresso, afirmando que “um ministro do STF, dois ministros do STF que nunca tiveram um voto, desconsiderar um Congresso Nacional inteiro é a desmoralização dessa casa”.

Pouco depois, em nota, a assessoria de Sóstenes afirmou que o deputado frisou que “não há chantagem” e que “esse não é o comportamento da direita e isso precisa ficar claro para todo o Brasil e para toda a imprensa”.

“Nosso compromisso é ético, transparente e com a defesa da pátria”, completou afirmando que a “Bancada do PL reforça que seguirá firme na articulação por pautas de interesse da sociedade, com base no diálogo e na maioria representada pelos líderes da casa”.

A afirmação de Motta de que não fez acordo e o pedido de desculpas de Sóstenes, no entanto, contraria a declaração dada mais cedo pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que disse que ficou acertada a análise das propostas no plenário, independente da oposição ganhar ou perder a votação.

“Normalmente não é 100% que é alcançado. Pra nós, a pauta mais importante é aquela que reconcilia o país, que é a anistia. Temos um país que tem uma tradição de quase 40 anistias”, afirmou.

A obstrução da mesa da Câmara foi encerrada na noite de quarta (6) e a do Senado foi encerrada nesta quinta (7) após negociações dos parlamentares. Além dos pedidos dos deputados, os senadores pedem o andamento do processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atingiu a quantidade mínima de assinaturas necessárias para ser protocolado.

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