Crescimento alarmante de erros médicos em 2024: Planos de Saúde criticados por omissão
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de processos por erro médico no Brasil aumentou 506% em 2024, totalizando 74.358 ações judiciais. Além da judicialização crescente, os erros médicos já representam uma das principais causas de morte no país, com cerca de 55 mil óbitos anuais, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Esse panorama acende um alerta sobre a qualidade do atendimento médico e os impactos na segurança dos pacientes.
Na Rádio Terra FM, em Goiânia, convidados levantaram a necessidade de abordar o tema, diante dos crescentes casos de erros médicos no país. “Tem acontecido com frequência, e se discutido pouco. Acho que tem que ser debatido, saber o posicionamento dos profissionais que estão chegando no mercado, averiguar o por quê de tantos erros médicos”, avaliou o estrategista político Márcio Lima.
Em 2024, no Sistema Único de Saúde (SUS), 10.881 processos tratam de danos morais, enquanto 5.854 envolvem danos materiais. Já na rede privada, os números são ainda mais expressivos: 40.851 ações por danos morais e 16.772 por danos materiais. Aqui, cabe ressaltar a responsabilidade dos planos de saúde, que devem garantir a qualidade e segurança dos serviços prestados, no entanto, muitos têm sido criticados por falhas no encaminhamento de pacientes, escolha inadequada de profissionais e falta de supervisão sobre os procedimentos realizados.
Falhas recorrentes
Os principais problemas que levam aos erros médicos incluem negligência, imprudência e imperícia, resultando em diagnósticos errados, procedimentos inadequados e falhas em tratamentos. A responsabilidade dos planos de saúde se torna ainda mais crucial nesse contexto, pois eles são responsáveis por assegurar que seus beneficiários recebam atendimento de qualidade, alinhado às normas éticas e de segurança na saúde.
Especialistas destacam que medidas urgentes são necessárias para reduzir os casos, incluindo melhor capacitação dos profissionais, reforço na fiscalização dos atendimentos e maior empenho dos planos de saúde em monitorar a qualidade dos serviços que cobrem.
O Brasil nunca teve tantos médicos em atividade. O último levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2023, apontou 575.930 médicos ativos, uma média de 2,81 médicos por mil habitantes, o maior índice já registrado no país.
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