Lula diz que ONU está envolvida na guerra em Gaza pelo Conselho de Segurança

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (7) que a Organização das Nações Unidas (ONU) não consegue dar um fim na guerra entre Israel e o Hamas por estar envolvida no conflito.

A afirmação foi mais uma entre as várias críticas que tem feito à organização dos países e à própria reação israelense contra o grupo terrorista na Faixa de Gaza. Para Lula, a ONU e o Conselho de Segurança não representam mais a atual geopolítica do mundo de como era quando foram criados após a Segunda Guerra Mundial.

“O que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal no planeta Terra. Dizer que aquilo é uma guerra contra o Hamas, e só se mata inocente, mulheres e crianças”, questionou a jornalistas após o fim da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro.

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De acordo com ele, a própria ONU está envolvida no conflito por conta dos países que fazem parte do Conselho de Segurança com poder de veto, entre eles os Estados Unidos que apoiam o regime de Benjamin Netanyahu. A nação comandada por Donald Trump já vetou resoluções que tentavam parar o conflito, mas sem sucesso.

“Cadê a instituição multilateral para colocar um fim nisso? Não existe. A ONU deveria estar coordenando, mas ela não pode porque está envolvida nisso”, pontuou Lula estendendo a crítica a países europeus que também fazem parte do Conselho de Segurança e que apoiam Netanyahu no conflito.

Esta instituição multilateral, citou Lula na entrevista, é um pleito do Brics que vem defendendo uma reforma na ONU e no Conselho de Segurança, com a entrada do Brasil e da Índia como membros permanentes – o que levaria a ter também um poder de veto das resoluções.

Na declaração final da Cúpula do Brics, emitida no domingo (6), os países afirmam que a China e a Rússia – membros permanentes do Conselho – aprovam essa reforma. Lula emendou a crítica à falta de uma instituição para mediar outros conflitos no mundo, como na Ucrânia e no Sudão.

“É por isso que estamos reivindicando uma mudança na governança mundial, que participe países africanos, do Oriente Médio, da América Latina”, disse.

Ele ressaltou que o Brics “não nasceu para afrontar ninguém”, e sim apenas “um outro modo de fazer política, mais solidária”.

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