Lula já ensaia sua reeleição e vem escolhendo com quem “brigar”
Os últimos acontecimentos envolvendo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, demonstram sua disposição em enfrentar adversários. Ao afirmar, em um evento público, que o presidente dos EUA deve “falar manso” com ele, Lula sabe que as atenções estão, neste momento, voltadas para Donald Trump e fará contornos para estar mandando recados neste momento.
Lula, e não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um verdadeiro “animal” político e tem a habilidade de contornar conflitos, escolhendo os embates certos e os momentos adequados. O presidente tem se envolvido em debates públicos com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, evidenciando sua disposição para debater. Mas por que Lula debate com Zema e, por outro lado, evita confrontos diretos com Ronaldo Caiado, governador de Goiás? A resposta é simples: Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país. Historicamente, quem vence em Minas tende a se tornar presidente; em nove das últimas eleições, o vencedor no estado conquistou a presidência. Goiás representa três porcento do eleitorado brasileiro. Colocar Caiado nos holofotes é validar seu discurso para entrar nesta briga. E Lula não vai fazer isso. Caiado tem mostrado ser um “baixinho” invocado. Digo não na altura física, mas, nos votos nacionais. Caiado faz certo: chamar atenção.
Lula, e não apenas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca enfraquecer Zema em sua própria base, pois sabe que Zema está se posicionando como um potencial presidenciável.
A diferença de tratamento é nítida com quem ele quer debater ao observar que Lula faz afagos públicos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enquanto ignora embates com outros presidenciáveis tais como Ratinho Jr., governador do Paraná e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. Lula já está em campanha, escolhendo os adversários apropriados na hora certa para não errar o tom.
Mas e quanto à direita bolsonarista? Lula parece ter compreendido que a direita bolsonarista possui seu quinhão no eleitorado brasileiro e busca agora assegurar seu território enquanto tenta atrair o eleitor moderado. E o Trump?
O recado dirigido a Donald Trump faz parte de uma estratégia para reafirmar sua liderança entre seus apoiadores de esquerda e centro-esquerda demonstrando que, para o seu público, ele é quem define as regras, não um “frango de granja importado”.
Costumo dizer: “Jabuti não sobe em árvore. O que foi enchente, ou mão de gente.”
Por Márcio Lima – Estrategista Político/Publicitário/Administrador/Pós-Graduado em Comunicação Eleitoral e Marketing Político