Manifestação contra imigrantes reúne 100 mil em Londres e tem conflito com a polícia

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Protestos levam milhares de pessoas às ruas de Londres
Mais de 100 mil manifestantes marcharam pelo centro de Londres no sábado, carregando bandeiras da Inglaterra e da Grã-Bretanha e entrando em confronto com a polícia em uma das maiores manifestações de direita do Reino Unido nos tempos modernos. Ao menos nove pessoas foram presas.
A Polícia Metropolitana de Londres disse que a marcha “Unite the Kingdom”, organizada pelo ativista anti-imigrante Tommy Robinson, contou com a presença de cerca de 110.000 pessoas. A multidão foi mantida separada do contraprotesto “Stand Up to Racism” (Enfrente o Racismo), que contou com a presença de cerca de 5 mil.
Manifestação contra imigrantes reúne 100 mil em Londres.
Reuters
Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, descreve-se como um jornalista que expõe irregularidades estatais. O maior partido político anti-imigrante do Reino Unido, o Reform UK, que liderou as pesquisas de opinião nos últimos meses, manteve-se distante de Robinson, que tem várias condenações criminais.
A polícia pareceu ficar surpresa com o tamanho da manifestação, descrevendo o protesto como “grande demais para caber em Whitehall”, uma rua larga repleta de prédios governamentais, na rota aprovada da marcha.
Policiais relatam agressões
Ao tentar impedir que os manifestantes desviassem da rota, a polícia enfrentou “violência inaceitável”, disseram os policiais. Eles disseram que foram chutados e socados, além de terem enfrentado garrafas, sinalizadores e outros projéteis arremessados.
Ao menos nove prisões foram feitas e “muitas outras” provavelmente ocorrerão, acrescentou a polícia em um comunicado.
Manifestação contra imigrantes reúne 100 mil em Londres
Reuters
A marcha marcou o ápice de um verão agitado na Grã-Bretanha, onde protestos foram realizados do lado de fora de hotéis que abrigam migrantes.
Os manifestantes carregavam a bandeira da União Britânica e a Cruz de São Jorge vermelha e branca da Inglaterra, enquanto outros traziam bandeiras americanas e israelenses e usavam os bonés MAGA do presidente americano Donald Trump. Eles entoavam slogans críticos ao primeiro-ministro Keir Starmer e carregavam cartazes, incluindo alguns com os dizeres “mande-os para casa”. Alguns participantes trouxeram crianças.
“Hoje é a centelha de uma revolução cultural na Grã-Bretanha, este é o nosso momento”, disse Robinson em um discurso aos apoiadores. Ele disse que os manifestantes demonstraram “uma onda de patriotismo”.
Em um link de vídeo para o comício, o bilionário americano Elon Musk, que interveio na política britânica para apoiar Robinson e outras figuras de extrema-direita, pediu uma mudança de governo no Reino Unido. Ele disse que o público britânico estava com medo de exercer sua liberdade de expressão.
‘Ódio está nos dividindo’
No contraprotesto, Ben Hetchin, um professor, disse: “A ideia de ódio está nos dividindo e acho que quanto mais acolhemos as pessoas, mais fortes somos como país.”
Bandeiras inglesas vermelhas e brancas proliferaram pelas ruas e foram pintadas em estradas. Os apoiadores a consideram uma campanha espontânea de orgulho nacional, mas os ativistas antirracistas veem nela uma mensagem de hostilidade aos estrangeiros.
Manifestantes entraram em conflito com a polícia no centro de Londres no sábado
Reuters
A polícia informou ter mais de 1.600 policiais mobilizados em Londres no sábado, incluindo 500 vindos de outras forças. Além de policiar as duas manifestações, a força policial londrina estava sobrecarregada com jogos de futebol e shows de alto nível.
A imigração tornou-se a questão política dominante na Grã-Bretanha, eclipsando as preocupações com uma economia em crise, enquanto o país enfrenta um número recorde de pedidos de asilo. Mais de 28.000 migrantes chegaram em pequenos barcos pelo Canal da Mancha até agora neste ano.

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